Dos 5.132 focos de incêndio registrados no país em apenas 24 horas, quase metade ocorreu no Cerrado, que ultrapassou a Amazônia nas frentes de fogo.      

CLIMAINFO 

Em 11 de setembro celebra-se o Dia do Cerrado. Mas está difícil comemorar. Ao contrário do que ocorre na Amazônia desde o início do governo Lula, o bioma viu o desmatamento aumentar desde janeiro de 2023. Agora também se torna foco de atenção diante dos incêndios registrados em todo o Brasil.

Em apenas 24 horas, entre 2ª e 3ª feiras (9 e 10/9), o BDQueimadas, do INPE, registrou 5.132 focos de incêndio no país. Desse número, 2.498 focos – 48,5% do total – foram registrados no Cerrado, informa o Poder 360. A Amazônia teve o 2º maior número, com 2.024 focos, ou 40% do total.

Vários pontos turísticos famosos do bioma estão sofrendo com seca extrema e fogo, mostra o Estadão. A Floresta Nacional de Brasília (DF) teve 40% de sua área queimada. No Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, próximo a Cuiabá (MT), os principais atrativos estão fechados por causa dos incêndios.

Outro atrativo do Cerrado atingido pelas chamas é o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO). Considerado Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, a maior Unidade de Conservação do Cerrado registrou 10.000 hectares queimados até 2ª feira, relata o Correio Braziliense.

Em Goiás, desde sábado (7/9) o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar atuam em diversos incêndios florestais e prisões relacionadas às queimadas criminosas no estado, segundo a CNN. Um deles ocorreu às margens da BR-364, no município de Portelândia. A fumaça dificultou a visibilidade na rodovia, que foi interditada por quase 2 horas até que o fogo fosse controlado.

A cidade de Jataí, no sudoeste goiano, amanheceu com o céu laranja anteontem, um fenômeno relacionado à poluição do ar, de acordo com o g1. Assim como o restante do estado, Jataí vem registrando vários focos de incêndio. Devido à fumaça tóxica, muitos moradores saíram nas ruas usando máscaras e as aulas foram suspensas na rede municipal e em universidades.

Diversos incêndios têm atingido as fazendas de Rio Verde, município a 230 km de Goiânia que é considerado a “capital brasileira do agronegócio”. Vídeos nas redes sociais mostram o gado em pânico tentando escapar das chamas, mostra a CNN. E se o estado de Goiás registrou 754 focos de incêndio, Rio Verde foi a cidade mais afetada, contabilizando 115 focos, o que representa 15% do total.

Seja em florestas nativas, seja em fazendas, os incêndios recordes que assolam o país chamam atenção para as práticas criminosas de parte do setor agropecuário brasileiro. O “ogronegócio” que nega as mudanças climáticas e quer flexibilizar regras ambientais é o mesmo que põe fogo.

Para evitar que novas tragédias como essas aconteçam, o agropecuarista precisa olhar para o passado e aprender com nossos ancestrais que sempre é possível fazer melhor. Podemos compartilhar e aprimorar conhecimentos e experiências sobre técnicas de manejo sustentável e controle de queimadas. Mas é preciso também separar o joio do trigo. Separar os agricultores que se utilizam de boas práticas dos que fazem uso criminoso do fogo fingindo-se de produtores. O uso inadequado do fogo por gente sem escrúpulos tem tido consequências devastadoras, afetando não só a produção agrícola, mas também a imagem e a viabilidade do setor como um todo”, destaca o Gigante 163.       

    Fonte:   Gigante 163