Dezembro chegou e com ele o tempo do advento do Natal. Advento é espera e esperança. Em vez de uma espera passiva, a atitude de observação e de cuidado.

O que faço para que o Deus menino nasça e cresça entre nós? Para isso, podemos nos recordar de suas palavras e ações e perceberemos sua sensibilidade para com os necessitados e sua visão de dignidade humana. Ele eleva os mais necessitados à maior dignidade.

                                

Cuidar do menor é cuidar do próprio senhor. Desprezar ou maltratar o mais vulnerável é ofender o próprio Senhor. No corpo do faminto, do sedento, do estrangeiro, do nu, do enfermo, do prisioneiro habita Jesus, conforme Ele próprio declarou. “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.” (Mt 25, 34ss). De fato, pelo evangelho descobrimos que seremos julgados no final dos tempos pelo que fizemos a favor ou contra os mais necessitados.

Jesus defende a dignidade humana com ênfase não apenas nas palavras. Nas palavras descreve o julgamento; observa a viúva pobre no templo e questiona as autoridades que roubavam dos mais débeis; conta parábolas como aquela de Lázaro às portas do rico indiferente.

Nas ações é pródigo em sinais libertadores. Ao ver um casal cuja festa do casamento ficaria insossa e envergonharia a família, que talvez fosse pobre, interfere e traz alegria com a transformação de água em vinho; escuta o grito do cego e mendigo e lhe propicia a condição de ver claramente e viver de outra forma; ao se deparar com o paraplégico, oferece-lhe os movimentos que não tinha; ao ouvir o clamor de uma mulher doente, cura-a; fora do território sagrado de Israel, emite gestos de conforto, recuperação de sanidade física e mental de pobres e sofridos; ao se encontrar com uma viúva cujo filho único havia morrido, traz o jovem à vida.

Por isso, devemos celebrar algumas datas que colocam a dignidade humana no centro, como os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a encíclica Auspicia Quaedam, do papa Pio XII. Ambas três anos após a II Grande Guerra. A Declaração retoma alguns direitos proclamados no século XVIII nos Estados Unidos e na França a respeito dos direitos civis e políticos, na igualdade j