A carta aberta (íntegra – 194 KB) elaborada por economistas, banqueiros, empresários e ex-ministros cobrando do governo federal medidas contra a pandemia passou de 1.500 assinaturas nesta 2ª feira (22.mar.2021). No domingo (21.mar), quando foi divulgada, a carta contava com as assinaturas de cerca de 500 pessoas.
Depois de atingir a marca, o grupo disse ter sido obrigado a retirar do ar o link com formulário para adesão. De acordo com os economistas, pessoas passaram a assinar o documento com nomes falsos, xingamentos ou mensagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
O texto traz dados sobre os impactos econômicos da crise e sugere que as estratégias tenham alicerce em “informações confiáveis e evidência científica”.
Entre os que assinam a carta, estão Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco; Edmar Bacha, um dos idealizadores do Plano Real; Sandra Rios, diretora no Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento); Felipe Salto, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado; Elena Landau, economista, advogada e presidente do Conselho Acadêmico do Livres; Pedro Parente, presidente do conselho de administração da BRF (Sadia e Perdigão); Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo; Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset; Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração da GP Investments; José Olympio Pereira, o presidente do conselho de administração do Credit Suisse; os ex-presidentes do Banco Central: Ilan Goldfajn, Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore e Gustavo Loyola; e o ex-ministros da Fazenda: Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Rubens Ricupero.
O texto pede uma coordenação nacional das medidas de distanciamento, hoje implementadas por Estados e municípios de forma independente. “A controvérsia em torno dos impactos econômicos do distanciamento social reflete o falso dilema entre salvar vidas e garantir o sustento da população vulnerável”, afirma o documento, citando países que inicialmente evitaram o lockdown, como o Reino Unido, e terminaram por adotá-lo.
A carta diz que a recuperação econômica depende da retomada de confiança da população em relação ao perigo do coronavírus e de maior previsibilidade da situação de saúde. “Estudos mostraram que diante da aceleração de novos casos, a população responde ficando mais avessa ao risco sanitário, aumentando o isolamento voluntário e levando à queda no consumo das famílias mesmo antes ou sem que medidas restritivas formais sejam adotadas”.
A atuação do governo federal é criticada no documento, enquanto os governos estaduais são pouco cobrados por medidas de contenção do agravamento da pandemia. O pedido é por uma “ação competente” do Executivo e uma “coordenação em âmbito nacional que permita a adoção de medidas de caráter nacional, regional ou estadual”.
Para os economistas, os recursos da gestão Bolsonaro são mal utilizados. O encolhimento do PIB e o desemprego trazem “consequências sociais nefastas”, que dependem de uma “atuação competente” do governo federal, escrevem os autores.
Como medidas indispensáveis no combate à pandemia, os signatários da carta sugerem uma aceleração do ritmo da vacinação, o incentivo ao uso de máscaras e implementação do distanciamento social em caráter nacional.

Para ler a carta na íntergra

https://www.poder360.com.br/economia/carta-de-economistas-por-combate-a-pandemia-passa-de-1-500-assinaturas/