Reunimos virtualmente, pela segunda vez, no sábado, 22 de agosto de 2020. Esta vez estávamos em 18 pessoas e refletimos sobre uma carta da Coordenação Geral das Irmãs de São Jose de Rochester, que foi traduzida ao português e distribuída por Irmã Joana, que foi de casa em casa, entregar às pessoas que não tinham como imprimir em casa. 

     

Na introdução da carta, se faz recordação de um momento forte na Congregação, em meados de 2019, quando as Irmãs realizaram o Capítulo (encontro parecido com Assembleia Geral Eletiva), em que se fez uma avaliação da caminhada dos últimos anos e propôs direção para o futuro próximo.

A Carta comenta que a realidade mudou radicalmente desde os meados do ano passado, devido a 2 fatores principais: a pandemia e a revolta contra a violência policial contra os negros, cena chocante que vimos repetidas vezes na TV, e o crescimento do movimento “Vidas Pretas Importam”. Clamor mundial que condena preconceito, opressão estrutural, discriminação, intolerância, ódio, violência e todas as ações e atitudes que pressionam a vida de todo um povo por causa da cor de sua pele - e exigem justiça e equidade para todos.

Na reunião das Irmãs e Associad@s, focamos em 2 grupos de perguntas que seguem a introdução da carta, que provocaram bastante reflexão e partilha. O primeiro nos desafia a olhar para dentro de nós e avaliar as nossas atitudes e comportamento. O segundo grupo nos convida a pensar como podemos mudar. Por isso, as partilhamos a seguir.

 

 

 

O que fazemos agora?

  • Teria como ser mais claro que a vida não pode seguir adiante da mesma forma como a conhecíamos? É isso que nós queremos?
  • Queremos viver em um mundo que valorize os ricos em detrimento dos vulneráveis?
  • Queremos ver pessoas negras serem assassinadas e brutalizadas em tempo real?
  • Queremos viver em um mundo onde as crianças estejam com fome e sem teto?
  • Queremos seguir líderes que fomentam discórdia e divisão; quem mente para se ajustar à sua realidade?
  • Queremos contribuir para a destruição do nosso meio ambiente?
  • Queremos nos proteger de realidades difíceis que não sabemos como enfrentar? 

Claro que não. Então o que fazemos agora?

  • Como uma congregação, que tem um histórico de trabalho com outras pessoas, podemos vislumbrar um futuro diferente e depois construir juntas o caminho para esse futuro.
  • Como Congregação, podemos nos comprometer a examinar as estruturas de nossa instituição para descobrir e eliminar qualquer traço de preconceito ou privilégio.
  • Podemos aprender como o fato de ser branco concede privilégios na sociedade que tomamos como garantidos - privilégios que são negados a outros.
  • Podemos examinar / avaliar nossos recursos e realinhar seu uso para criar equidade para todas as pessoas.
  • Podemos olhar mais profundamente nosso impacto ambiental e ajustar nosso estilo de vida.
  • Podemos examinar / avaliar como vivemos o Evangelho e nosso carisma à luz das realidades do mundo.
  • Podemos, individualmente e em conjunto, examinar nossas próprias crenças, preconceitos e comportamentos em relação aos outros e ao mundo e mudar o que precisamos para nos tornarmos mais amorosas, justas e respeitosas.

A partilha foi muito rica e profunda. Nos provocou bastante a uma avaliacão pessoal de nossas atitudes e comportamentos e nos motivou a pensar sobre o que podemos fazer em comum.