Representantes dos governos do Brasil, Indonésia e da República Democrática do Congo assinaram na segunda-feira (14/11) um pacto de cooperação para preservar as três maiores florestas tropicais do mundo. O anúncio foi feito em comunicado pelo ministro coordenador de Assuntos Marítimos e de Investimentos da Indonésia, Luhut Binsar Pandjaitan, durante a Conferência Internacional sobre Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito.

“Precisamos de cooperação mútua para alcançar objetivos comuns. Sozinhos podemos fazer tão pouco, juntos podemos fazer muito”, disse Pandjaitan.

“A cooperação sul-sul – Brasil, Indonésia, Congo – é muito natural”, ressalta a ministra do Meio Ambiente do Congo, Eve Bazaiba. “Temos os mesmos desafios, a mesma oportunidade de ser a solução para as mudanças climáticas.”

Um dos objetivos do acordo triplo é conseguir mais investimento para a proteção e conservação dessas florestas através de “ressarcimento” por seus serviços ambientais, entre eles, a regulação do clima e a absorção de gás carbônico (CO2) da atmosfera, um dos principais responsáveis pelo aquecimento global. A ideia é ter um novo mecanismo de financiamento sustentável.

Há expectativa que outros países amazônicos da América do Sul possam se juntar à aliança. Hoje o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva terá os primeiros encontros na COP27. Um deles será com o Enviado-Especial do Clima dos Estados Unidos, John Kerry, que já se reuniu anteriormente com a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

“As florestas são importantes, a natureza é importante. E acredito que sem a proteção da Amazônia não podemos ter segurança climática”, reforça a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, que também está no Egito.

Mês a mês, os índices de desmatamento na Amazônia têm batidos novos recordes sob a gestão Bolsonaro. Em outubro, a área de alertas do sistema Deter-B, do Inpe, foi maior para o mês desde 2015, e a alta foi de 3% em relação a 2021. Acumulado de agosto a outubro ficou em 44,65%. O desafio de Lula para conter a destruição e o avanço do garimpo ilegal e da grilagem sobre a floresta não será fácil (leia mais aqui).

Durante o discurso após sua vitória nas urnas, o presidente eleito do Brasil afirmou que irá “lutar pelo desmatamento zero da Amazônia”.       

*Com informações da CNN Internacional e Agência de Notícias AFP