No domingo, 27 de novembro, aproximadamente mil pessoas reunimo-nos para comemorar e celebrar os 25 anos do 6º Encontro Intereclesial das CEBs, realizado em Trindade, GO. Nossa caminhada iniciou com uma concentração na entrada da cidade, onde acolhemos vários ônibus trazendo a alegria e a história das comunidades. Enquanto fizemos a partilha de alimentos trazidos pelos romeiros, ouvimos depoimentos de algumas pessoas que participaram do 6º Encontro.
Ao longo da caminhada rumo ao Santuário do Divino Pai Eterno, fizemos três paradas para relembrar os 25 anos e pedir perdão. Diante do lugar onde foi realizado o do 6º Encontro, rezamos: “Perdão, Deus da caminhada, perdão todas as comunidades do povo de Deus, pelas maneiras e vezes em que não escutamos os gritos das CEBs, que deixamos as dificuldades da caminhada nos desanimar, que não demos apoio mútuo e não experimentamos o chamado de Deus a viver e caminharmos juntos."

Na terceira parada, Dom Tomas Balduíno comentou que a Igreja é Santa e Pecadora, “Deixamos a primavera e entramos no inverno... tempo de marcha a ré... tempo de traição do Concilio Vaticano II, que foi nosso Pentecostes... Muita gente se posicionou, até dentro da igreja, contra o Concilio, temos que pedir perdão,... Todo o povo batizado é Igreja e vamos pedir perdão, porque nós todos somos de certa maneira coniventes por esse desprezo pelas CEBs, que está acontecendo. Alguns não querem nem ouvir, nem falar, porque é povo pobre que se reúne, e é povo que se reúne com liberdade, com autonomia para olhar o mundo...”.

Já dentro do Santuário, foi feita memória das celebrações do 6º Encontro Intereclesial: “explicitamente comunitárias, alegres, vivas, criativas, celebrações comprometidas, profundamente evangélicas, carregadas de historia e resistência, partindo da luta, do sofrimento e do próprio martírio levando para a própria vida a entrega total da vida para muitos ali presentes ameaçados de morte”.

A reflexão sobre a Palavra foi partilhada por uma leiga, uma religiosa e um padre religioso. Fizemos memória de pessoas que participaram do 6º Encontro e já vivem a Páscoa da Ressurreição, como Vilmar José de Castro de Caçu, que foi martirizado pouco tempo depois do encontro. Dom Antônio Oliveira, bispo emérito de Goiânia, enviou uma mensagem, dizendo “O 6ª Encontro de CEBs foi uma graça muito grande, de que eu precisava para me converter. Comunidade Eclesial de Base é o jeito de toda Igreja ser vigilante, e hoje especialmente, sermos vigilantes na profecia, ... no testemunho de vida partilhada, ... no teste do exercício do poder partilhado, ... no testemunho do zelo e do cuidado na solidariedade aos pobres, sermos vigilantes no testemunho do zelo e do cuidado de toda a natureza, na prática da fé na vida e na política”.

Frei Marcos Sassatelle dizia que devemos ser vigilantes diante dos crescentes índices de criminalidade e mortes em Goiânia e dizia que não podemos ser omissos e nem covardes, pois a nossa Igreja muitas vezes está sendo covarde, pois se esquece dos pobres. “Nós temos que ser uma Igreja profética”.

Terminado a celebração todos os romeiros tomaram seus destinos, louvando à Santíssima Trindade, que é a melhor Comunidade, continuamos o caminho de Jesus!